Nos últimos meses avançamos muito no mercado brasileiro no que tange à inovações em alimentos e bebidas.
Foram mais de sete lançamentos de proteínas alternativas à carne bovina, de aves, peixes, frutos do mar, leites, ovos, queijos e iogurtes.
O mercado de proteína animal, que fechou o ano valendo globalmente USD 2,75T, começou a sentir a força do consumidor do futuro. Do futuro? Não, do agora.
Nos EUA, 1% do mercado de proteínas animais é substituído hoje por proteínas alternativas e acreditamos que no Brasil devamos seguir as mesmas proporções, pelos motivos de seguirmos um ritmo similar de lançamentos e adeptos que os americanos viveram entre 2015 e 2016.
Em pesquisa conduzida pela Builders Construtoria em 2018, mostramos uma projeção dessa transição acontecendo no Brasil, a partir de 2022, e tendo o mesmo percentual do mercado americano substituído após três anos do primeiro grande lançamento no setor de plant-based.
O momento é de revisão de conceitos.
A reinvenção da proteína traz reflexões importantes como, por exemplo, o que é leite? O que é carne?
Só de leite existem hoje mais de 25 tipos disponíveis para consumo saudável e consciente.
Carnes pelo menos todas as opções tradicionais já encontram seu substituto a base de plantas ou desenvolvido por meio de agricultura celular. E a melhor parte desta história é a evolução do sabor, da aparência e da textura.
Se há algum tempo atrás a limitação e a mediocridade eram características do mercado vegano, hoje vivemos uma era de ouro destes produtos que esbanjam qualidade e sortimento.
Um dos fatores que explica esta evolução é o aumento de funding neste setor.
Nos últimos dois anos empresas atuantes na indústria de proteínas alternativas receberam um aumento de investimento de 269%.
O número é ainda mais impressionante quando olhamos os últimos 10 anos onde o total investido foi de €1.8B.
Só a Memphis Meats teve na semana passada um dos aportes mais significativos da história da cultured-meat de USD 161M para expandir o negócio.
Estima-se que até 2040, até 60% do consumo de carnes tradicionais seja substituído por uma proteína alternativa (35% cell-based | 25% plant-based) e alguns estudos apontam para a atingimento da paridade de preços já em 2025.
As razões para estas substituições são diversas, entre elas: saúde, preço, ética, curiosidade.
Se estiver em uma grande cidade como Nova York por exemplo, faça um teste.
Vá ao Google e faça uma busca rápida por ‘fast-foods perto de mim’. Você encontrará os principais deles já com alguma opção de proteína alternativa no menu e porque falamos de fast-food?
Porque é o tipo de restaurante que a grande massa da população frequenta, e gosta.
Veja a lista de quem já está nesta briga pelos novos carnívoros:
– Burguer King – Whopper, Impossible Foods;
– Dunking Donuts – Beyond Meat;
– Mac Donalds – seu próprio hambúrguer vegetariano;
– KFC – nuggets plant-based;
– Chick-fill-A – hambúrguer de aves plant-based.
As mudanças no padrão de consumo não vão acontecer, já acontecem, agora.
Portanto se você é da indústria e ainda não começou a azeitar sua engrenagem, a sugestão é que comece.
Não se trata do final de uma era para o começo de outra mas sim de um momento de coexistência. Os carnívoros tradicionais conviverão com os novos carnívoros.
Estamos construindo o mundo da proteína alternativa e da proteína animal de uma forma onde o consumidor terá a opção de escolher aquilo que deseja comer, de uma forma mais inteligente, saudável, sustentável e rentável.
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